Dançar ballet é uma arte que envolve o corpo, certo? Sim! Mas o corpo precisa ser entendido como todos os recursos que formam sua estrutura e dançam com você, incluindo o rosto. Muitas vezes, bailarinos e bailarinas não dão atenção à expressão facial e acabam comprometendo suas performances.
Não só de movimentos perfeitos vive a dança, mas também de emoção, paixão e verdade. E como transmitir isso para o público? Como envolvê-lo na narrativa do espetáculo, na atmosfera daquela apresentação?
A expressividade de quem dança encanta e convence a plateia ou provoca o contrário: entedia. Aqui, vamos conversar sobre o que faz a expressão facial no ballet ser essencial. Podemos começar?
A expressão facial transforma a dança
Imagine que uma bailarina está executando uma perfeita sequência de movimentos. A música é dramática, visceral. A narrativa da coreografia é trágica e bela. No entanto, o que o público vê é um sorriso em seu rosto.
Qualquer pessoa que não entenda de ballet percebe a falta de coerência. A expressão facial correta, condizente com todos esses elementos, transforma a dança. Consegue conferir unidade ao espetáculo ou contradição.
Por isso, ter atenção à própria expressão é fundamental. O ballet transcende a perfeição técnica e pede emoção, que precisa estar estampada no rosto de quem dança.
As expressões ajudam a encarnar diversos papéis
Como dissemos, quando bailarinas e bailarinos dançam, contam uma história. E, nesse enredo, encarnam papéis. Uma interpretação de O Lago dos Cisnes, por exemplo, precisa dar conta de marcar a diferença entre sentimentos e atitudes de Odette, a doce princesa transformada em um Cisne Branco, e de Odile, sua gêmea má e Cisne Negro.
Como fazer isso? Com os movimentos corporais mais suaves e delicados ou mais marcados e sensuais, mas também pelo olhar, pela contração sutil da face.
Para ser um profissional completo da dança, cada papel precisa ser interpretado com sinceridade e esmero.
O rosto de quem dança provoca sensações em quem assiste
Quantas pessoas já chegaram às lágrimas ao ver um lindo espetáculo de ballet? É provável que elas usem o termo “emocionante” para definir a experiência e com razão. É a expressão facial, tão humana e reconhecível, que conecta bailarinos e público.
Quem é leigo e está na plateia não entende da técnica dos passos, mas entende das emoções humanas. Se o rosto de um dançarino expressar dor, o público vai sofrer. Se expressar alegria, uma onda de contentamento espalha-se pela plateia.
Se o ballet é uma arte e a arte toca e instiga, cabe ao profissional treinar sua capacidade de transmitir sensações por meio do rosto. Isso é possível conhecendo a própria face, seu potencial e também treinando.
Mas nada de exagero: o público não quer uma sentir que vê uma simulação, precisa transparecer verdade.
O público reconhece a essência e a verdade do espetáculo por meio das expressões
Acabamos de dizer que a plateia quer ver um espetáculo com verdade, com essência, sem fingimentos. Também, não quer ver no rosto das bailarinas e bailarinos a insegurança estampada ou não “comprarão” a ideia da narrativa.
Um bom espetáculo, então, desperta emoções de forma completa. Pela beleza dos movimentos, mas também pela honestidade das expressões.
Assim, tentar copiar a expressão facial de outra pessoa é um engano. Cada um se expressa de uma maneira e ela precisa ser real para cativar. O rosto também é um bom “medidor” do desempenho dos profissionais da dança.
Para quem está começando, a tarefa pode ser difícil. Além de se preocupar em memorizar a coreografia, precisar atentar-se às expressões faciais requer o dobro de foco.
Mas quem ama o ballet sabe que a prática leva à perfeição e isso também acontece com as mensagens que o rosto passa.
Vale testar as expressões na frente do espelho, perguntar aos amigos sobre as suas reações naturais no cotidiano e as usar ao seu favor para passar sua verdade.
E você, tem alguma dúvida sobre expressão facial no ballet ou experiência para compartilhar? Conte para a gente, deixando seu comentário!